A preservação do patrimônio arquitetônico e a mostra Casa Cor Ceará 2016 | Por Odilo Almeida Filho
20 de dezembro de 2016 |
“A arquitetura é música petrificada”, dizia o escritor alemão Goethe, no século XIX. O patrimônio arquitetônico das nossas cidades é, portanto, um grande repertório musical petrificado no tempo, trazendo ao presente as várias fases da nossa história, nossa cultura, nossa estrutura familiar, nossa forma de organização do trabalho, dos nossos hábitos de morar e os estágios de evolução tecnológica. Tudo isso nos é revelado pelo patrimônio arquitetônico.
Todavia, devido à pouca efetividade das políticas do setor, temos observado importantes edificações e valiosos conjuntos arquitetônicos localizados nos centros históricos das cidades centenárias serem demolidos ou desfigurados em prol de novas construções e alterações de uso que não se harmonizam com a preservação do patrimônio histórico.
Merece destaque a iniciativa da mostra de arquitetura Casa Cor Ceará 2016 em promover a restauração do Casarão Barão de Camocim, no centro de Fortaleza, bem imóvel tombado pelo patrimônio do município. A ação tem gerado muitas expectativas quantos aos resultados para a preservação desse importante edifício e quanto ao rigor técnico e legal necessário para sua realização.
A mostra irá desafiar o poder transformador da arquitetura e das outras profissões que atuam em áreas correlatas, tais como arquitetura paisagística, engenharias, desenho de mobiliário, decoração, pintura e escultura, dentre outros, a produzir beleza e funcionalidade harmonizando o velho com o novo, a preservação do patrimônio arquitetônico com as novas tecnologias, novos materiais, soluções de iluminação e design contemporâneo.
Desejamos a todos os participantes e organizadores excelentes resultados. Que a mostra atinja seus objetivos e evidencie para os visitantes a importância da valorização do patrimônio arquitetônico, dos profissionais, produtos e tecnologias, apresentando soluções criativas e sustentáveis em prol da sociedade, que, como no passado, revelarão ao futuro nosso atual estágio de desenvolvimento tecnológico, nossos valores culturais e nossa capacidade de vencer desafios.
Texto originalmente publicado na edição nº 18 da revista Casa Cor Ceará 2016