Material pétreo em projeto arquitetônico não pode ser apenas opção estética, diz geólogo em palestra no CAU/CE
18 de maio de 2017 |
Mármore ou granito? Saber que o primeiro tipo de rocha pode ser riscado por uma moeda é um conhecimento fundamental na hora de escolher um revestimento. Foi o que explicou o geólogo Carlos Rubens Araújo Alencar em palestra na noite de ontem, 17 de maio, no CAU/CE.
No evento, direcionado principalmente aos arquitetos e urbanistas, o palestrante ressaltou que, em geral, os profissionais não entendem as especificações das rochas, sem conseguir minimamente identificar uma boa opção para um projeto com base, por exemplo, no grau de dureza. “O critério não pode ser apenas estético, é preciso ser mais cuidadoso, saber especificar”, enfatizou ele.
Citando a pesquisa acadêmica sobre o mesmo tema da arquiteta e urbanista Risale Neves, Carlos Rubens resumiu a atuação dos profissionais: “o arquiteto escolhe”, realizando uma prática que se dá, muitas vezes, pelo aspecto meramente decorativo, o que futuramente pode acarretar problemas. Daí a necessidade de se modificar essa situação. “Vocês estão sendo protagonistas, passando a adquirir um conhecimento que a maioria dos seus colegas não possui”, disse.
De usos inadequados podem resultar desgastes prematuros. Como é caso de pisos que apresentam falhas visíveis com pouco tempo de utilização. O geólogo também esclareceu outros problemas advindos de aplicações erradas das rochas, as chamadas patologias. A mudança na coloração de um revestimento pode ser um tipo de mancha acarretada pelo contato com madeira, por exemplo. Ou um determinado mineral pode estar mais exposto à oxidação.
Durante a palestra também foi lembrada a importância de se trabalhar conjuntamente com os outros profissionais, visto que arquitetos, engenheiros, geólogos e químicos precisam lidar com rochas sob aspectos diversos.
Muito útil essa palestra. Poderia acontecer aqui no Rio de Janeiro.