Mulheres na Arquitetura: CAU/CE recebe Ciclo de Debates sobre cidades inclusivas
8 de março de 2020 |

Público presente no evento: plural, assim como foram as discussões
Para discutir a construção de espaços urbanos voltados às demandas específicas das mulheres, assim como as condições atuais do exercício profissional das arquitetas e urbanistas cearenses, foi realizado, no último dia 29 de fevereiro, no auditório do Sebrae-CE, a etapa local do Ciclo de Debates promovido pela Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU/BR. O evento ocorreu em parceria com o CAU/CE, por meio do Grupo de Trabalho sobre representatividade da mulher arquiteta e urbanista do Ceará.
O Ciclo de Debates está em sintonia com a agenda internacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: contempla o ODS 5 – Igualdade de Gênero (alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas) e o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis (tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis). O evento também é preparatório para o 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO), que ocorrerá este ano no Rio de Janeiro.
A programação contou com duas rodas de conversa, a primeira com a apresentação da trajetória e obra de arquitetas veteranas cearenses, e os desafios pelos quais passaram para se firmar no mercado de trabalho e espaço acadêmico em tempos de menor representatividade e mais preconceito; a segunda sobre cidades inclusivas, com o relato de mulheres e as condições desafiadoras do ir e vir cotidiano pela cidade.

Roda de conversa com as arquitetas veteranas: Fernanda Rocha, Aída Montenegro, Zilsa Santiago, Márcia Cavalcante e Nicia Bormann

Roda de conversa sobre cidades inclusivas
A Conselheira Federal Nadia Somekh, coordenadora da Comissão de Equidade, resumiu as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Conselho a nível nacional sobre essas questões: “Nós estamos sub-representadas. A nossa luta pela equidade não é um conflito com os homens, é pela possibilidade da gente ser, da gente estar no mundo. Nossa Comissão tem essa atribuição e alguns objetivos de estar inserida nas questões definidas pela ONU e também promover a profissão da arquiteta e urbanista e contribuir para a justiça social e a melhoria das cidades. Estamos tentando formular uma política de equidade de gênero”, salientou.

Conselheira federal Nadia Somekh fala sobre representatividade feminina em premiações de Arquitetura
GT de Mulheres do CAU/CE
Sobre as atividades desenvolvidas pelo GT do CAU/CE, a coordenadora do Grupo, Conselheira Rebeca Gaspar comentou: “Tivemos a iniciativa de fazer um Censo, perguntar às arquitetas os problemas e a partir daí pensar ações. Nós estruturamos um Censo para escutar as pessoas que queríamos atingir. A partir das repostas, tivemos uma noção de como atuar. Depois, fizemos uma rodada de apresentação do GT nas Instituições de Ensino. Estruturamos as atividade do GT relacionadas ao passado, relembrar o que já foi feito por mulheres e se questionar porquê não se conhece essa produção; o presente, que seria esse contexto atual que foi exposto no Censo; e o futuro, que é atingir as alunas, futuras arquitetas”, concluiu. Os resultados do I Censo das arquitetas e urbanistas que atuam profissionalmente no Ceará será divulgado em breve, assim como a carta pública do GT, com diretrizes de ações do CAU/CE tendo em vista atender às demandas referentes às atividades dessas profissionais.