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Francis Kéré recebe o Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022

Profissional nascido em Burkina Faso é o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio

O vencedor do Prêmio Pritzker de Arquitetura 2022 é Diébédo Francis Kéré, mais conhecido apenas como Francis Kéré, arquiteto, educador, ativista social nascido em Burkina Faso, vencedor do Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e autor do Pavilhão Serpentine de 2017. Reconhecido por “empoderar e transformar comunidades através do processo da arquitetura”, Kéré, o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio, trabalha em regiões conhecidas por suas adversidades, utilizando materiais locais e construindo obras contemporâneas cujo valor ultrapassa a própria estrutura, servindo ao futuro de comunidades inteiras.

“Através de edifícios que demonstram beleza, modéstia, ousadia e invenção, e pela integridade de sua arquitetura e gesto, Kéré defende graciosamente a missão deste Prêmio”, diz o comunicado oficial do Prêmio Pritzker de Arquitetura. Anunciado hoje por Tom Pritzker, presidente da The Hyatt Foundation, Francis Kéré é o 51º vencedor do prêmio criado em 1979, sucedendo Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal. Elogiado por ir além dos limites do campo disciplinar, o arquiteto atua simunltaneamente em Burkina Faso e na Alemanha.

Nascido em GandoBurkina Faso, em 1965 e radicado em Berlim, na Alemanha, Francis Kéré trabalha para “melhorar as vidas e experiências de inúmeros cidadãos em uma região do mundo que por vezes é esquecida”, diz o comunicado do Pritzker. Filho mais velho do chefe da aldeia e o primeiro da comunidade a frequentar a escola, as primeiras experiências de arquitetura de que se lembra estão ligadas à sua sala de aula de infância, que não tinha ventilação nem luz natural, e ao espaço pouco iluminado, mas seguro, onde sua avó lhe contava histórias. Em 1985, mudou-se para Berlim com uma bolsa de estudos de carpintaria, aprendendo a fazer telhados e móveis durante o dia, enquanto frequentava aulas à noite. Recebeu uma bolsa de estudos para frequentar a Technische Universität Berlin (Berlim, Alemanha) em 1995, graduando-se em 2004.

Com uma expressão arquitetônica profundamente enraizada em sua formação e experiências em Gando, Kéré comunicou ao mundo a tradição da África Ocidental, especialmente a prática de “comungar sob uma árvore sagrada para trocar ideias, narrar histórias, celebrar e reunir”. Com efeito, para o Pavilhão Serpentine 2017 o arquiteto imaginou uma estrutura que assume a forma de uma árvore, com a cobertura destacada e paredes curvas formadas por módulos triangulares na cor índigo, que representa a força em sua cultura. Dentro do pavilhão, a água da chuva era canalizada para o centro, conotando a escassez de água em muitas partes do mundo. Além de construir na África, Kéré tem obras na Dinamarca, Alemanha, Itália, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos. Alguns de seus trabalhos mais significativos são o Xylem no Tippet Rise Art Center (2019, Montana, Estados Unidos), a Léo Doctors’ Housing (2019, Léo, Burkina Faso), Lycée Schorge Secondary School (2016, Koudougou, Burkina Faso), o Parque Nacional do Mali (2010, Bamako, Mali) e a Opera Village (Fase I, 2010, Laongo, Burkina Faso).

Confira a galeria com algumas obras do arquiteto e urbanista Francis Kéré:

Fonte: ArchDaily/CAU Brasil

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