*Artigo de opinião do presidente do CAU/CE, Arq. E Urb. Napoleão Ferreira.
Nesta data comemorada como o Dia Internacional da Mulher, penso que o nosso sistema profissional deve ter maior preocupação em fazer justiça à maioria de colegas de nossa profissão. Se a maioria é de mulheres na atividade profissional, isso ainda não se reflete nas representações, nas instâncias decisórias dos CAUs.
Os números podem ser consultados: apenas um quarto das cadeiras no CAU/BR, de titulares e suplentes, são ocupadas por conselheiras, e apenas um quinto dos presidentes dos CAUs das Unidades Federativas são mulheres, ou seja, são presidentas.
Esse quadro acusa, de certa forma, o condicionamento à tradição machista e reacionária das circunstâncias sociais e culturais. Esse é um quadro de injustiça, que requer uma ação para que seja superado.
Essa mesma cultura de dominação se reflete quando estudamos a história da profissão em nosso País. Quais os nomes dos que mais tem a sua produção divulgada pela produção editorial e nas faculdades? Arquitetas, como Lina Bo Bardi, por exemplo, merecem uma quantidade maior de publicações e estudos.
Aqui no nosso CAU/CE, a situação de desigualdade de gênero nas representações tende a ser resolvida. No nosso plenário, entre dezoito conselheiros titulares e suplentes, oito são mulheres, e no nosso corpo de servidores, entre dezesseis pessoas, doze são mulheres. Talvez o que ocorre no Ceará seja uma tendência nova de superação das diferenças que possa estar se dando nas outras Unidades Federativas.
A origem do Dia Internacional da Mulher remota a um trágico incidente histórico, ocorrido em 1857, quando em uma fábrica têxtil de Nova York centenas de operárias em greve foram assassinados através de um incêndio criminoso, perpetrado pela polícia local. Esse fato precisa ser lembrado para que esta data sirva de reflexão contra a injustiça, a discriminação e a desigualdade.
