Trazendo como tema a democracia brasileira, Arquitetura e Urbanismo em Debate do mês de junho proporcionou uma discussão atual, traçando aspectos importantes do panorama social e político do País. Realizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Ceará (IAB-CE), com apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE), o evento aconteceu na última quarta-feira, 22, na Assembleia Legislativa.
Como convidados, estiveram presentes o presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Jeferson Salazar, e o psiquiatra e analista político Valton Miranda. O presidente do CAU/CE, Odilo Almeida, também compôs a mesa, coordenada pelo arquiteto Custódio Santos, presidente do IAB-CE.
Jeferson Salazar destacou que o debate é de difícil apreensão, dada a complexidade em “definir cenários” e “vislumbrar horizontes”. Assim como o presidente da FNA, Valton Miranda ressaltou que os tempos são perigosos para a democracia brasileira, sobretudo porque o País não dá sinais de ter superado uma cultura que vai de encontro aos processos democráticos. Para o psiquiatra, no entanto, alguns setores da sociedade, entre eles, os arquitetos e urbanistas, já começaram a entender as questões envolvidas e, portanto, têm se mobilizado de forma coerente.
Para Jeferson Salazar, sob o argumento de corrupção, está havendo o retrocesso de políticas públicas. Ele acrescentou que a corrupção deve ser combatida, mas ela não pode ser um argumento vazio para o estabelecimento de medidas que põem em risco as “nossas estruturas econômicas”, disse, referindo-se a Projetos de Lei que pretendem abrir a economia às empresas estrangeiras. Ele enfatizou que toda essa discussão é muito ampla, passando também pela gestão e o planejamento das cidades. “Estamos falando, inclusive, da soberania nacional”. “A cidade, como espaço de produção de cultura, não pode ser domínio de grupos econômicos estrangeiros”, afirmou.
O presidente do CAU/CE, Odilo Almeida, falou sobre a importância de debater o assunto e expressou o desejo de que momentos semelhantes possam se repetir a fim de que a população tenha uma participação mais ativa nos processos políticos que têm se desenvolvido no Brasil.