Com o auditório repleto de mulheres, o Grupo de Trabalho sobre Representatividade da Mulher Arquiteta e Urbanista no Estado do Ceará do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE) realizou no último sábado, 4 de março, o 2º Ciclo de Debates: Mulheres, Cidade e Arquitetura. Juntas, elas debateram os desafios femininos na profissão e sobre políticas afirmativas e questões contemporâneas da profissão. O evento aconteceu na sede do Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC), em Fortaleza, e reuniu nomes fortes da arquitetura local e nacional como a presidenta do CAU/BR e a primeira mulher a assumir o cargo, Nádia Somekh.
“O CAU está de parabéns pois vi, há três anos, o depoimento de várias arquitetas que estavam surpresas por terem a sua atuação valorizada no estado. Três anos depois voltei para discutir não só a pesquisa sobre mulheres arquitetas, mas o diagnóstico sobre equidade de gênero e vi o importante trabalho do CAU/CE para a valorização das mulheres. O que é mais bonito que ouvi é sobre a importância de dar espaço para a voz das mulheres e entender que as cidades brasileiras e as edificações precisam de acolhimento e as mulheres sabem trabalhar assim”, disse Somekh.
A primeira mulher negra eleita como Conselheira Federal do CAU/CE, Cláudia Sales, também esteve presente e destacou que, apesar dos avanços, as condições de trabalho para as mulheres arquitetas ainda precisam melhorar. “A profissão, por muito tempo, teve uma predominância masculina dentro da ação profissional, mas esse número se inverteu, e hoje somos a maioria dentro do campus. No entanto, as condições de trabalho ainda são injustas, as mulheres ganham menos, possuem menos oportunidade, e há questões voltadas para o assédio de trabalho e assédio sexual. Então, as condições de trabalho para essas mulheres que hoje são maioria não se modificaram ainda”, destacou.
Cenário
O Ceará conta, hoje, com quase 5 mil arquitetos registrados. Juntas elas representam 64,7% dos profissionais. “É sempre importante promovermos momentos e espaços para falarmos sobre o protagonismo feminino, igualdade de gênero e a importância das profissionais na sociedade”, afirma Lucas Rozzoline, presidente do CAU/CE.
